quarta-feira, 1 de março de 2017

Oriente - Harajuku

Harajuku girl’s ► Oriente ► Cultura ► Grupos Urbanos
 
É muito comum ouvir pessoas falando coisas como “estilo Harajuku” como se fosse uma forma especifica de se vestir ou coisas do gênero, sem saberem que na verdade é nada mais que o nome de uma estação famosa do Japão que com o tempo cresceu tanto em visitações e importância que teve seu nome reconhecido por todo o mundo.
A ruazinha se tornou point dos adolescentes descolados que tinham que se manter aprisionados dentro das fardas das escolas diurnas por toda a semana, porém, quando chegava o fim de semana a tal rua era fechada para carros e aberta para a liberdade de expressão dada pelas artes e vestuários. Essa preferência pelo bairro e a ligação direta com a imagem de japonesas descoladas, ou vestidas de formas inusitadas, não é por acaso. Tudo se deu pouco a pouco a partir dos anos 90, quando havia muitos artistas de rua, que se concentravam lá e com aberturas sucessivas de varias lojas de vestuários encabeçadas por pequenos designers de estilos diferentes e com as cabeças cheias de idéias e algumas delas, tenho que admitir que sejam um tanto assustadoras.
Sendo assim, todos os finais de semana é possível encontrar jovens vestidos de acordo com o seguimento que mais lhe compete ou criando seu próprio estilo. Sim, pois a rua é um mercadão de idéias e ponto de encontro para que possam mostrar o quanto é legal a forma que se vestem, socializar e renovar o guarda roupa, óbvio!

Bullet point! Design não é nada disso que você pensa. Será?

Muita gente não sabe, mas eu tive uma passada bem gratificante pelo curso de artes visuais. Na verdade, muito do que penso hoje foi talhado ainda naquele tempo de 17 anos e indecisão sobre qual carreira seguir.
Uma das coisas que mais me recordo gostar foram das aulas da professora Mery onde surgiam discussões acaloradas sobre o que é design e qual a diferença entre design e a arte. Depois de muito Bruno Munari e outras leituras complementares que servem de base tanto para o curso de design quanto para o de artes, a principal conclusão é que o que difere a arte do design é que o segundo já nasce com uma função pré-determinada, ele nasce com um propósito, enquanto a arte teoricamente fluiria do desejo do artista e não seria feita pesando em terceiros (o que a gente sabe que não é bem assim).

Ontem, depois de uns 3 anos sem contato com esses questionamentos fui lindamente exposta a uma nova forma de pensar e me vi obrigada é reconsiderar quantos pontos pudessem ser repensados em 2h e meia de palestra. O cara virou para a gente e disse : O design não existe, ele é só uma ideia modernista que colocaram na sua cabeça!
Eu disse: Oi!?
Ele disse: O design da forma que estudamos nas universidades e que se formou no modernismo (que por essência, destrói ou invalida tudo que veio antes dele, trazendo sempre o hábito de desejar começar do zero, mas só que nada vem de lugar algum) tem como principal pensamento que a forma acompanha a função e se mantém dentro de uma visão descontextualizada, que ignora variantes do ambiente que igualmente influenciariam na forma e que hoje em dia com a abertura de milhares de vertentes, a função não é algo tão simples de ser percebido como costumava ser.


Será que os designers costumam pensar nas influências sociológicas daquilo que desenvolvem?
Será que o estudo do micro e macro ambiente não são fundamentas para dar uma guinada em qualquer planejamento que se abrace nas palavras de um briefing?
Será que quando trazemos projetos, pensamos na relação com de onde viemos, e pra onde vamos a fim de analisar causas e consequências?
E a forma que encaramos os problemas? Temos mesmos que acabar com eles ou seria melhor dialogar, procurar a real causa e assim ir muito além da equação básica do dois mais dois?

No design de moda, a relação com o corpo, as mudanças politicas, econômicas e sociais são fortemente contempladas, simplesmente porque são os norteadores de qualquer projeto (que se prese, porque tem cada formado de moda que me mata de vergonha.)

Mas a ideia é que ...GENTE! Ele tava falando de design, publicidade e de qualquer coisa que parta de uma ideia.
Fiquei simplesmente boquiaberta e reflexiva. <3


Multitasking ou Monotasking?


Cresci sabendo que era ótimo conseguir fazer várias coisas ao mesmo tempo, você cozinhava, falava ao telefone e ainda ouvia e comentava a novela.

Na verdade, as mulheres sempre foram famosas por conseguirem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, na maioria das vezes por necessidade e não por gosto, mas no final das contas a gente sabe que esses “por menores” são o que menos importa no momento em que a história e os hábitos estão sendo passados a diante né? Além disso, ainda contamos com a colaboração do núcleo empresarial que desejando extrair o máximo dos seus funcionários incentivaram o crescimento dessa cultura do quanto mais melhor e ainda trataram por muito tempo essa “habilidade” como pré-requisito para ser um bom funcionário.

Depois veio a internet e os milhares de recursos espalhados por aí que deixam a nossa atenção completamente fragmentada entre o Twitter, Facebook, Snap, Whats e às vezes o final da novela que está passando na televisão. Mas será que isso é bom mesmo!? Fico pensando em como a mesma cabeça que lia milhares de livros tomando um cafezinho na varanda se sente sendo bombardeada por notificações, imagens e informações variadas de uma só vez, quanto daquilo ele realmente absorve e quanto serve somente para nos deixar mais desgastados?



Há mais ou menos dois anos os assuntos mais comentados da vez se tornaram o gerenciamento de tempo, como combater os detratores da rentabilidade e saber gerenciar suas atividades que se tornou também o novo pré-requisito mais cobiçado pelas empresas. Comecei a pensar nisso e a procurar conteúdos que pudessem me fazer entender de fato o que está acontecendo. Será que só estou aumentando as capacidades do meu cérebro ou se como já imaginava estou podando minhas capacidades, estimulando que continue a fazer as coisas pela metade e perdendo grande parte do conteúdo útil ao qual tento me expor por estar fazendo simultaneamente tantas outras coisas?

A verdade é que procurando por um conteúdo, achei vários outros que mostram o quanto o hábito de se manter multiplamente estimulado o tempo inteiro pode ser prejudicial para o foco, para o aprendizado, para as relações humanas e para a memória. Não estamos preparados para receber a quantidade de informação que recebemos diariamente sem nem mesmo ligar o celular, mas quando o ligamos, o mundo só piora e desencadeia milhares de ações que se postas em uma lista, o primeiro item vai ser o absoluto desperdício de tempo.

Dentro dos ambientes de trabalho as empresas costumam bloquear tudo que possa servir como distração com a intenção de aumentar a rentabilidade de seus funcionários. A gente sempre reclama, acha invasivo e até mesmo infantil, mas mesmo não querendo assumir em voz alta, todos nós uma vez ou outra já pensamos que aquilo realmente faz sentido desde que não tenham bloqueado o Facebook em uma agência de publicidade digital. A partir daí surge a pergunta: E se nós mesmos começássemos a nos policiar na vida pessoal e limitássemos o tempo dedicado para as coisas fúteis com o objetivo de rentabilizar os nossos gastos com coisas que realmente vão nos trazer mais retorno que dar um like na foto da coleguinha de 1800 ou ainda gastar mil horas só dando swipe no Tinder? Já pensou o que poderia acontecer? Quantos livros seríamos capazes de ler? Quantos projetos concluiríamos?
Levando todos esses questionamentos em consideração, comecei a eliminar redes e atividades desnecessárias da minha vida com a intenção de melhorar o foco e conquistar novas coisas. A internet é um ótimo aliado, mas não permita que ela comece a lhe aprisionar, se tiver força de vontade e conseguir se controlar tranquilamente, maravilha! Mas se precisa de ajuda para entrar no ritmo, existem vários apps que podem lhe auxiliar no gerenciamento do seu tempo e lhe mostrar com o que você anda gastando mais atenção do que deveria.